MUNDO BRASILEIRO AOTEAROA
  • Home - Quem Somos
  • Revistas - Magazines
  • Contact - Contato
  • Artigos MBA
  • Assine
  • Contabilidade NZ Luiza Veras
  • Vistos e Imigração com Steve Norrie
  • Ensaios fotograficos
  • Notícias na Nova Zelândia
  • Textos da Editora Cris

Gravidez e Parto na Nova Zelândia

3/4/2017

0 Comentários

 
Imagem
Indiscutivelmente estar grávida e ter um bebê é um dos momentos mais intensos na vida de uma mulher. Não interessa a idade, a posição social, o planejamento ou o tipo de família. Estar grávida representa um grande passo rumo à maturidade, e viver na totalidade, o nosso papel como mulher.
 
Para nós, que moramos na Nova Zelândia, se descobrir grávida num país diferente, sem a nossa mãe ou o resto da família por perto, sem saber como as coisas funcionam ... É como dar o primeiro passo. É um grande desafio.
 
Parir é a mesma coisa em qualquer lugar (ao menos deveria ser), afinal ser mãe e dar a luz faz parte do processo biológico do nosso corpo feminino. Mas dependendo do país, as regras e os procedimentos de pré-natal e parto são diferentes, até mesmo o que é de conhecimento e senso comum num lugar, pode ser diferente em outro. O que comer, o que não fazer, que vitaminas tomar, que tipo de parto é melhor para mim? Quem procurar?
 
Essas dúvidas passam na cabeça de todas as mulheres e nós gostaríamos de dar uma luz sobre onde procurar ajuda, a que você tem direito e como proceder para ter total controle sobre a sua gravidez e parto.

Imagem
Estar grávida na Nova Zelândia
 
As mulheres gestantes podem escolher um/uma “Líder de Cuidados Maternos” (LMC) que irá coordenar todos os cuidados relacionados à maternidade. Os prestadores de cuidados de maternidade podem ser Obstetrizes (em inglês são as midwives e é assim que nos referiremos a elas nesse texto, também conhecidas como parteiras, porém com mais preparação, estudo e experiência) e/ou Clínicos Gerais com diploma em obstetrícia ou Obstetras. LMC’s são contratados através do Ministério da Saúde, para fornecer um serviço de maternidade completo e gratuito para as gestantes elegíveis ao uso do sistema público de saúde.
 
Você está apto a usar o sistema público de saúde neozelandês, se você tiver um visto de residente, cidadão neozelandês ou se tiver um visto de trabalho com direito de permamecer no país por dois anos ou mais.
 
Crianças menores de 17 anos (filhos ou dependentes), aos cuidados de pais que são elegíveis, também tem acesso ao sistema público. Se você tem alguma dúvida sobre a sua eligibilidade você pode checar mais informações aqui.
 
Você se descobriu grávida na Nova Zelândia, e agora? O que fazer?
Se você já sabe o que quer, que tipo de LMC você quer que acompanhe sua gravidez e parto você pode:
 
No sistema público e gratuito
  • Ir ao seu GP (general practioner ou clínico geral) que vai confirmar sua gravidez e te dar uma lista de midwives disponíveis na área que você mora;
  • Procurar uma midwife recomendada diretamente e verificar a disponibilidade dela;
  • Entrar no website Find Your Midwife e pesquisar por uma midwife que esteja mais próxima da sua residência.
No sistema privado
  • Entrar em contato com um obstetra ou clínica obstétrica diretamente e checar a disponibilidade do hospital e profissionais.
 
A maioria das mulheres e suas famílias optam por uma midwife como LMC. O serviço de midwives é gratuito. A única coisa que você paga são as suas ultrassonografias. A maior parte do valor do exame é subsidiado pelo governo, portanto a gestante pagará apenas em torno de $15/$20 por ultrasonografia. Caso prefira obter uma imagem em 4D o custo da ultrasonografia ficará por conta da gestante (o governo não subsidia este exame).
 
Ao escolher uma midwife como LMC, a gestante passa a contar com a mesma e também com uma midwife de backup, para o caso de indisponibilidade da parteira contratada no dia do parto, garantindo um acompanhamento completo e de qualidade.  A maioria das gestações consideradas de baixo risco são acompanhadas diretamente por uma midwife. Havendo algum fator que eleve o risco da gravidez para médio ou alto, a gestante passa a contar com a colaboração de outros especialistas (obstetras, nutricionistas, entre outros) também gratuitamente.
 
Caso a gestante prefira ter um médico obstetra (mesmo sem riscos aparentes durante a sua gravidez) o custo deste profissional deverá ficar a cargo da gestante (ou seja, o serviҫo será particular). Partos privados na Nova Zelândia custam entre $4000 e $5000, e geralmente são pagos em parcelas no período da gravidez.
 
Midwives não fazem cirurgia cesariana. Se você tem preferência pelo parto cirúrgico (mesmo sem nenhuma necessidade médica) você deverá optar pelo sistema privado e ter um obstetra.
 
Quais são os direitos e serviҫos oferecidos a getante ao contratar um Líder de Cuidados Maternos-LMC:
 
No dia do contrato:
 
  • Informação sobre o papel da LMC e detalhes de contato, incluindo acordos de backup quando/se indisponível no dia do parto;
  • Informação sobre os cuidados (padrão) na Nova Zelândia, possíveis intervenções praticadas (episiotomia, ocitocina sintética, indução, entre outros), desfechos, bem como opções de encaminhamento para cuidados adicionais, caso necessário;
  • Avaliação completa durante a gestação, incluindo exames físicos, avaliação da saúde geral, bem como do histórico familiar e obstétrico;
  • Informação sobre diversos exames de triagem (exames de sangue e ultrassonografias) e encaminhamento para tais exames, caso a gestante precise;
  • Informação sobre disponibilidade de cursos para gestantes/cursos preparatórios para pais;
  • Informações sobre licença maternidade remunerada;
  • Elaboração e documentação de um plano de cuidados para ser usado e atualizado durante toda a gestação, no parto e no pós-parto. (O LMC irá manter uma cópia e dar-lhe um.);
  • Uma cópia de suas notas clínicas (atualizado a cada visita).
 
No segundo trimestre (12 a 28 semanas de gravidez):
 
  • Acompanhamento da evolução da gestação, incluindo o diagnóstico e gerenciamento precoces de eventuais problemas, encaminhando à outros prestadores de cuidados quando necessário;
  • Atualização do Plano de Assistência da gestante;
  • Informação personalizada, em caráter educativo, sobre como manter uma gestação saudável, sobre parto e preparação para a maternidade/paternidade;
  • Informações específicas e detalhadas sobre trabalho de parto e o parto em si, incluindo as funções das pessoas que servirão como rede de apoio para a gestante, como lidar com as dores do trabalho de parto, opções sobre o procedimento de parto, cuidados no pós-parto, cuidados imediatos para o bebê e aleitamento materno;
  • Instruções para entrar em contato quando o trabalho de parto começar;
  • Organização de visita para que a gestante conheça quaisquer outros provedores de cuidados maternos que possam estar envolvidos no acompanhamento da gestante.
 
Durante o trabalho de parto e parto:
 
  • Avaliação inicial em casa (preferencialmente) ou na maternidade combinada;
  • Monitoramento periódico da gestante, do bebê e da progressão do trabalho de parto, incluindo encaminhamento para quaisquer outros provedores de cuidados maternos que possam estar envolvidos no acompanhamento da gestante, se necessário;
  • Realização de todos os cuidados primários com a gestante durante todo o trabalho de parto e pós-parto imediato,
  • Realização de exames iniciais no bebê e identificação do mesmo, introdução ao aleitamento materno, cuidados com a placenta, suturas quando necessário e notificação do nascimento ao Registro de Nascimentos.
 
Em caso de parto domiciliar:
 
  • Providenciar para que um segundo LMC esteja presente durante o parto;
  • Fornecer e preparar os equipamentos necessários para os cuidados no parto, incluindo uma unidade móvel de ressuscitação neo-natal;
  • Fornecer quaisquer outros itens necessários para o evento de parto domiciliar.
 
Em caso de parto em Casas de Parto (Birth Centres ou Birth Units):
 
  • Providenciar para que um segundo LMC esteja presente durante o parto
  • Assegurar que um LMC permaneça na unidade, prestando atendimento à gestante até que a mesma receba alta.
 
Após o nascimento (do nascimento até que o bebê complete 4 ou 6 semanas de vida):
 
  • Exame clínico detalhado do bebê dentro das primeiras 24 horas de vida;
  • Em partos hospitalares, realizando uma visita pós-parto diária antes da alta hospitalar (a não ser quando algum outro tipo de acordo tenha sido combinado entre a gestante (família) e o hospital)
  • Uma visita domiciliar dentro das primeiras 24 horas após a alta médica;
  • Um segundo exame clínico detalhado sobre a saúde do seu bebê dentro dos primeiros 5 dias de vida;
  • Um total entre 5 a 10 visitas domiciliares para avaliação geral da saúde da puérpera e do bebê (podendo ser mais, se clinicamente necessário)
  • Pelo menos 7 visitas pós-parto, no total;
  • Assistência e aconselhamento sobre o aleitamento materno e a nutrição da mãe e do bebê;
  • Avaliação de riscos para depressão pós-parto e/ou violência doméstica, com aconselhamento e encaminhamento apropriados para cada caso;
  • Fornecimento de informações do Ministério da Saúde sobre o calendário de vacinação infantil;
  • Fornece acesso aos testes (teste do olhinho, do ouvidinho, do pézinho, etc) recomendados e praticados pelas diretrizes do Well Child Tamariki Ora e o calendário nacional para a realização de tais testes;
  • Aconselhamento sobre métodos contraceptivos

assine a revista mba gratuitamente
Imagem
Aconselhamento e informações gerais, em caráter educativo, aos novos pais:
 
  • Um último exame clínico detalhado do bebê antes de transferir os cuidados para a Well Child Provider (Plunket, pediatra, ou outro provedor de serviço);
  • Um exame físico pós-parto da mulher, antes de ser dispensada dos cuidados fornecidos pelo serviço de LMC;
  • Transferência dos cuidados para com o bebê da LMC para a Well Child Provider (Plunket, Pediatra ou outro provedor de serviço) em data combinada com a mãe, dentro do período entre a 4a e 6a semana de vida do bebê, bem como formalização/documentação dessa transferência;
  • Notificação da alta do serviço de LMC para o GP registrado pela mulher.
_________________________________________________________
O que é uma Doula?
 
A palavra Doula vem do grego e significa “mulher que serve”, sendo hoje utilizada para referir-se à mulher sem experiência técnica na área da saúde, que orienta e assiste a nova mãe no parto e nos cuidados com bebê. Seu papel é oferecer conforto, encorajamento, tranqüilidade, suporte emocional, físico e informativo durante o período de intensas transformações que está vivenciando.
 
Antigamente o nascimento humano era marcado pela presença experiente das mulheres da família: irmãs mais velhas, tias, mães e avós acompanhavam, instruíam e apoiavam a parturiente e a recém mãe, durante todo o trabalho de parto, o próprio parto e os cuidados com o recém-nascido.
 
Atualmente os partos acontecem em ambiente hospitalar e rodeado por especialistas: o médico obstetra, a enfermeira, o pediatra, cada qual com sua especialidade e preocupação técnica pertinente. O cuidado com o bem estar emocional da parturiente acabou ficando perdido em meio ao ambiente impessoal dos hospitais, tendendo a aumentar o medo, a dor e a ansiedade daquela que está dando à luz, e consequentemente, aumentando as complicações obstétricas e necessidade de maiores intervenções. A doula veio justamente para preencher esta lacuna, suprindo a demanda de emoção e afeto neste momento de intensa importância e vulnerabilidade. É o resgate de uma prática existente antes da institucionalização e medicalização da assistência ao parto, e que passa a ser incentivada agora com respaldo científico.
 
Leia mais sobre o que a doula faz (e não faz) e os benefícios dessa atividade aqui.
 
Esse texto foi escrito para a Revista MBA por:

Viviane Maino
Carioca, Publicitária, Doula, Educadora Perinatal e mãe de duas crianҫas. É militante e ativista pelos direitos de escolha das mulheres em relação ao próprio corpo e pelo protagonismo feminino no parto. Futura midwife pela AUT.

Viviane Almeida
Paulistana formada em Pedagogia, pós graduada em Psicopedagogia e Libras. Na Nova Zelândia desde 2007, hoje mãe de dois meninos paridos na Aotearoa. Doula formada pela instituição GAMA - SP, hypnoBirthing practitioner, estudante de midwifery na AUT e uma ativista apaixonada pela fisiologia humana.

A reprodução parcial ou integral desse texto sem autorização é proibida
Imagem

Leia Também

Imagem
Depoimentos de partos na Nova Zelândia
Imagem
O poder do feminino
0 Comentários



Enviar uma resposta.

    Archives

    Setembro 2018
    Agosto 2018
    Junho 2018
    Maio 2018
    Abril 2018
    Fevereiro 2018
    Janeiro 2018
    Novembro 2017
    Outubro 2017
    Setembro 2017
    Agosto 2017
    Julho 2017
    Junho 2017
    Maio 2017
    Abril 2017
    Fevereiro 2017
    Novembro 2016
    Abril 2016
    Julho 2015
    Maio 2015
    Abril 2015
    Março 2015
    Fevereiro 2015
    Novembro 2014
    Outubro 2014
    Setembro 2014
    Julho 2014

    Author

    Revista Mundo Brasileiro Aotearoa, a revista dos brasileiros na Nova Zelândia

    Categories

    Todos
    Advogado
    Animal
    Aventura
    Comportamento
    Diploma
    Doutorado
    Embaixada
    Emprego
    Esporte
    Estudar
    Familia
    Imigrar
    Ingles
    Intercambio
    Marketing
    Pronuncia
    TI
    Trabalhar
    Trabalho
    Viagem

    Feed RSS

Sobre a Revista MBA

A revista MBA é uma revista mensal, online e gratuita voltada para a promoção da cultura brasileira e valorização dos brasileiros que vivem na Nova Zelândia.

Nascida em julho de 2014, a Revista MBA é lida por milhares de brasileiros na Nova Zelândia e no Brasil e traz informação sobre estilo de vida, educação, saúde, comportamento e cultura em terras kiwis (neozelandesas). Leitura essencial para os brasileiros que sonham em vir visitar, estudar ou morar esse lindo país ou para aqueles que já vivem aqui.

Anúncios e pautas: revista.mba.marketing@gmail.com

Fale com a gente

Imagem
Imagem
  • Home - Quem Somos
  • Revistas - Magazines
  • Contact - Contato
  • Artigos MBA
  • Assine
  • Contabilidade NZ Luiza Veras
  • Vistos e Imigração com Steve Norrie
  • Ensaios fotograficos
  • Notícias na Nova Zelândia
  • Textos da Editora Cris